quinta-feira, 25 de junho de 2009

Cartas 13# - Parabéns

" Confesso que estava bastante infeliz. Sabes quando alguém é condenado à pena de morte e sabe que dela não pode fugir? Era assim que eu me sentia. Para aumentar a minha desgraça, ainda me enganei na sala de aula e fui parar à apresentação do curso de Economia. Lembro-me de pensar que estava uma desgraça. Tudo me parecia novo, não conhecia nada nem ninguém, muito menos porque razão me sentia desanimada.
Como estava sozinha, resolvi perguntar a uma rapariga se era da mesma turma que eu. E curiosamente era! Chamava-se Mónica e logo de início senti que nos íamos dar bem.
Fui conhecendo algumas pessoas. E fui deitando um olhar curioso a outras...
Já não me lembro quando começámos a falar, só sei que me pareceste bastante simpática. Tinhas o que me faltava: aquela alegria impulsiva e divertida, que contagiava tudo e todos. Começámos a falar. Disparates, disparates, e mais disparates. Estava a recuperar milagrosamente. Já sorria, e brincava, e dizia frases idiotas e escrevia-as na última folha do caderno para depois mostrar-te e rirmos sem parar. Tornaste-te uma das minhas melhores amigas, uma pessoa extraordinária, que curiosamente mais parece minha gémea visto gostarmos quase das mesmas coisas.
Ontem fizeste anos. E como não posso ir à tua festa, nem posso estar com a Dádá, Sásá, Nina nem ir ao cinema com todos, deixo aqui a minha primeira prenda ( pois tenho mais uma) e agradecer-te por seres uma das melhores pessoas que já conheci."

Parabéns, Jéssica!

P.S: Eu e a frigideira... não me esqueci da nossa pequena conversa. Hehehehehehe

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Cartas 12# - Despedidas

" E eu que nem gosto de despedidas, fui obrigada a fazê-las. Não fui forte, as lágrimas ameaçaram cair a qualquer momento e o coração quase que saltava do peito. Havia muita coisa que eu queria dizer: queria desejar boa sorte, queria agradecer o que aprendi e o que relembrei, queria poder dizer o quanto alguns meses fizeram a diferença mas caí no silêncio. As pessoas que partiram tinham sonhos, falaram dos seus seus objectivos e eu sorri ao constatar que estavam longe de os tornar reais mas alimentei com eles o sonho.
No início não me adaptei ao modelo. Confesso que a mudança foi brusca e atabalhoada mas uma autêntica lição de vida. E no fim, quando alguns sorrisos estavam escondidos por detrás da tristeza de saber que a despedida ia durar mais que a mudança, uma dessas pessoas virou-se para mim e disse:
« Conseguiste mesmo sair fora da casca».
E eu sorri, sabendo que lá no fundo, a despedida estava presente ."