domingo, 1 de março de 2009

Cartas 4#

"Hoje sinto-me particularmente inspirada para falar sobre mim. A casa da minha avó é um sítio especial, um local onde todos se sentem bem e esquecem os problemas. Existem pessoas que nos fazem felizes, outras que nos provocam uma confusão tremenda e outras que só de as vermos o dia ganha outra cor. E depois existem aqueles lugares que nos fazem sonhar sem tirarmos os pés do chão. A minha avó e a sua casa são os ideiais para quem quer viver feliz. E não digo isso por pertencerem à minha família, digo isto porque a verdade não escolhe pessoas nem lugares.
Normalmente tento sempre não mostrar as minhas fraquezas, é difícil julgar-me a mim própria. Desde pequena que me colocam obrigações, obrigações às quais não tenho forças para combater. Como era boa aluna, tinha a obrigação de saber mais que os outros, como tinha bom comportamento, tinha a obrigação de não espernear ou gritar quando estava irritada. Como me viam de uma maneira, eu tinha a obrigação de a manter. E se eu quiser simplesmente não ser o que os outros querem que eu seja?
Nunca ninguém viu o quanto me debato interiormente para decidir o que é certo ou errado, nunca ninguém me viu chorar quando tinha o coração despedaçado por ter de mudar de escola e abandonar as pessoas que toda a vida me acompanharam.
Todos me obrigam mas não sabem a dor que provocam. Virar as costas é o melhor, é o que todos fazem. E se um dia não conseguir fazê-lo? Serei obrigada a tal?"

3 comentários:

  1. Não, não serás obrigada. Porque haverá sempre alguém que te vai agarrar os braços com força e manter-te virada para a vida, para a vida verdadeira que tu sempre seguiste e sempre quiseste seguir.

    E, sabes? Também ninguém me viu chorar quando mudaste de escola. Mas foi o momento mais dificil de ultrapassar no ano que passou.

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  2. Mudei os meus mais profundos desejos
    Vi reflectida em ti a ternura
    Não há derrota no sonho
    Não há revolta, apenas brandura

    O julgamento dos teus fracassos
    É feito numa lagoa sem azul
    Um milhafre lança um pio de raiva
    Que atinge o branco das casas do sul


    Boa semana


    Mágico beijo

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  3. Como te entendo, mas as vezes faz bem chorrar e deitar cá pra fora, aconteceu +/- o mesmo há muitos anos atrás era eu uma adoslecente, tive de mudar de país, escola, casa, deixar as pessoas que conhecia e partir ... aparentemente tb era forte, não chorrava e aceitava mas no fundo fui criando um sentimento de revolta que se revelou alguns anos depois e por tudo em ordem foi bem mais dificil...
    Força!!!
    Bjs**

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